Connie desejava se dedicar a uma dissertação de mestrado, que cursava em Harvard, no ano de 1991. No entanto, sua mãe lhe reservara outros planos. A casa de sua avó, no interior do condado de Essex necessitava de cuidados. Durante a reforma do antigo casarão, Connie tece grande interesse pela figura de uma ancestral sua, Deliverance Dane, famosa por receitar poções, remédios e por ter o poder da cura.
A casa situava-se na famosa cidade de Salem. Um lugar que carrega as marcas de abrigar um dos mais infames episódios da história dos EUA. Ocorre que, em 1962, mais de 150 pessoas foram presas e condenadas à forca. Inúmeros acontecimentos levaram ao julgamento, pessoas que eram consideradas amaldiçoadas. A cidade desenvolveu um verdadeiro quadro de histeria coletiva, desencadeada por uma indigna cassação às bruxas; nome que aplicavam àqueles que apresentavam comportamento estranho à época. Connie, que realizava uma pesquisa acadêmica, neste momento, acirrou a sua busca por detalhes da vida desta polêmica mulher. Segundo ela, existiria um livro denominado O Livro Perdido das Bruxas de Salem, que revelaria os segredos de Deliverance Dane.
A história do livro se baseia na busca por respostas; um questionamento a respeito do alcance do preconceito em uma sociedade. “No período anterior à Revolução Científica, a conexão entre fé, saúde e ciência era bem escorregadia”, revela Katherine. A autora conta que a idéia de escrever o livro surgiu em 2005, ano em que ela se mudou para uma cidade vizinha a Salem, Marblehead.
Katherine é descendente de Elizabeth Howe, enforcada como bruxa em 1692, e de Elizabeth Proctor, que escapou da execução por uma gravidez e é personagem da peça As Bruxas de Salem, de Arthur Miller. Acrescenta que a descoberta de sua conexão familiar tende a personalizar a história, mas o livro também parte de um grande interesse pelo dia a dia dos Estados Unidos naqueles anos. “Como as pessoas se sentiam vivendo naquele mundo? Como era pensar sendo um puritano? Acho que o episódio de Salem pertence a todos os cidadãos americanos, e cada um de nós tem muito a aprender com ele.”
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